Diabetes e esportes – é possível?

diabetes e esportes

Infelizmente existe muito preconceito quando se fala sobre diabetes e esportes. Há um mito de que é um risco para a pessoa que tem diabetes realizar esportes de longa duração. Nossa ideia aqui é desmistificar tais (pre)conceitos.

O diabetes, caracterizado por excesso de glicose no sangue, deve estar associado à presença de atividade física e alimentação saudável para que se obtenha um bom controle (glicemias dentro dos valores de referência; jejum de 70 a 99mg/dL, 2 horas após refeição, até 140mg/dL).

camiseta de treino

A pessoa com diabetes não é impedida de fazer seus esportes, aliás, estimulamos que quem tem diabetes realize suas vontades e desejos.

Diabetes e esportes

No dia 29/11, ocorreu em São Paulo o 3º Encontro Diabetes e Desportes, que reuniu grandes atletas com diabetes. O tema foi: O que acontece nos bastidores de praticantes de esportes com diabetes, que não tem a ver diretamente com a Diabetes mas tudo a ver com a sua própria vida.

As palestras contaram com a presença dos atletas que contaram sobre algumas das atividades que fizeram, como a Volta da Ilha, em Florianópolis, a Expedição em Macchu Picchu, Aconcagua… A lista é bem grande. E dentro disso, pudemos entender melhor como funciona a relação entre a equipe multiprofissional e o atleta, a importância de se realizar os testes glicêmicos durante a prova e como fazer isso em movimento.

diabetes e esportes testeOs aspectos psicológicos do atleta que passa 6 meses se preparando para um IronMan e depois da prova não sabe o que fazer. A questão de se conhecer bem, conhecer como seu corpo funciona e ter controle sobre isso, o que acaba sendo um fator que facilita durante a prova tendo em vista que muitos atletas sem diabetes não percebem quando estão desidratados ou com uma hipoglicemia.

E houve palestras sobre as novidades e tecnologias disponíveis para pessoas com diabetes mas que podem ou não ser úteis para pessoas com diabetes. Como exemplo temos o Sistema de Infusão Contínua de Insulina (SICI), muitos atletas preferem não utilizar essa tecnologia porque exige muito mais cuidado e atenção. A insulina em contato com o corpo perde sua ação devido ao calor. Não é a melhor opção para ser utilizada em provas longas. Mas isso vai depender de cada pessoa.

A utilização da caneta de aplicação também não é interessante, porque em diferentes altitudes ela perde sua precisão e deixa de exercer sua função. E, por incrível que possa parecer, a melhor opção é a seringa e o frasco de insulina, o método mais antigo e simples. A pressão fica igualada quando o frasco é aberto e não tem alteração de precisão da dose.

Exemplos na prática

diabetes e esportes autor José LoretoConversei com o ator José Loreto, carioca, que tem diabetes tipo 1 desde os 15 anos. A lista de atividades é bem longa. Pratica CrossFit, pelo personagem Pedro, em Boogie Oogie, faz judô desde sempre, começou a fazer Muay Thai para um personagem de um filme que irá protagonizar mas se apaixonou e vai continuar fazendo mesmo depois do filme, faz Stand up (remar em cima de uma prancha), além de surfar, praticar canoagem, e os clássicos natação, bicicleta, corrida. Também gosta de descer ladeira, andar de skate…

Perguntei quais são os cuidados que ele tem com o diabetes em meio a tantas atividades, gravações, viagens…

            “O Diabetes me trouxe disciplina, sou mais regrado, preciso me planejar. Sempre verifico a glicose antes e depois das atividades, sempre tenho comigo um doce para corrigir hipoglicemia, tenho uma alimentação balanceada acompanhado pela nutricionista, como de 3 em 3 horas e não fico sem comer, passo com meu médico endocrinologista, tenho um ortomolecular. Faço meus exames e vou me cuidar o tempo inteiro.  Acho a vida tão boa, quero viver até 100 anos!”

Como qualquer pessoa, José Loreto também tem seus momentos de preguiça, mas não desiste:

“Às vezes eu fico cansado, o dia é puxado, mas eu vou lá fazer meu exercício para me manter bem. O diabetes me dá mais ânimo para fazer atividade.”      

diabetes e esportes Emerson BisanConversei também com Emerson Bisan, diretor da Assessoria Nova Equipe, tem diabetes tipo 1 e uma lista de atividades consideradas malucas para muitos!

Emerson concluiu 61 maratonas, 8 provas de 24 horas e 4 provas de 48 horas, 6 provas de 50km e 4 provas de 100km, fez 8 vezes o percurso de 75km de Bertioga a Maresias, fez o percurso de Cruce de Los Andes 100km e Comrades 89km, e 6 vezes o percurso Brasil 135 que tem 217km. UFA!!

            “Enquanto houver ao menos a companhia da minha sombra, o som dos meus passos no asfalto, o apoio da minha família, o entendimento dos que me seguem do tanto que isso me faz bem… Eu vou continuar.” Emerson Bisan.

diabetes_esportes_marcelo_bellonMarcelo Bellon, analista de sistemas, com diabetes tipo 1, superou seu preconceito interno de achar que não gostava de corrida e se permitiu participar de um duathlon, que consiste em duas modalidades: natação e corrida. Após este momento, nunca mais parou de correr. Assim, já participou de 10 Triathlons IronMan (3,8 quilômetros de natação, 180 quilômetros de ciclismo e 42,2 quilômetros de corrida), dezenas de outros percursos de menor distância, dezenas de maratonas, ultramaratonas (a maior com 217 quilômetros), corridas de aventura, etc.

“O mais importante que vejo para quem tem diabetes é não se deixar sofrer. Você sofre de diabetes ou tem diabetes? Quem diz que sofre já está predisposto a isso. Vamos apenas conviver com ele! E ter uma vida saudável, produtiva e feliz.”

Eles amam os desafios e amam viver. O diabetes não impede nada! Basta querer.

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